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A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.
O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio.
"...tu não nasceste com essa armadura. Foste tu que a envergaste. Já te interrogaste porquê?"
in "O Cavaleiro da Armadura Enferrujada" de Robert Fisher
... tirar da carteira o maço já manuseado..... o cigarro sai quase que expontaneamente... equilibra-se entre suaves dedos manchados de nicotina…vem à boca como se conhecesse o caminho...pronto para o sacrifício… os próprios lábios, algo queimados, equilibram bem o cigarro… conhece-le bem o peso….ela retira-se para um local propício...entrega-se como que ao abandono nesse acto tao proprio quando finalmente o acende e puxa o primeiro embate para ser inalado.... ainda se permite olhar para o fósforo já moribundo…a ideia de que tudo é efémero solidifica-se nesse instante… mas é chamada à atenção pelo fumo que circula dentro dela provocando ondas plenas de contacto... a sensação é de que o tempo é nosso…nada mais importa… tão contraditório…mas tão presente…
O prazer invade-a. Ela voa em pensamentos, corpo e mente saciam-se. E nesse eterno e curto minuto, esta trágica relação entre mulher e cigarro é consumada. Num minuto, um marlboro é fumado...