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Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar
é sempre o mesmo aqui ou no japão
a diferença é ele ignorar.
Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.
Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.
Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.
Estavam treze graus negativos. Abriam-se algumas ruas em frente da estação. Perto, a praça. Depois da praça, outras ruas, outras praças. A névoa enchia os caminhos, e as pessoas passavam como fora da realidade, apareciam e desapareciam, tão vagas, imperceptíveis, que se duvidava tivessem um quotidiano, a esperança, que morressem, nascessem, morressem.