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Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

por Maria Rita, em 22.06.14

 

 

 

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publicado às 16:34

e é tudo.

por Maria Rita, em 17.06.14

 

 

 

há doenças piores que as doenças,

há dores que não doem, nem na alma
mas que são dolorosas mais que as outras.
há angústias sonhadas mais reais
que as que a vida nos traz, há sensações
sentidas só com imaginá-las
que são mais nossas do que a própria vida.
há tanta cousa que, sem existir,
existe, existe demoradamente,
e demoradamente é nossa e nós…
por sobre o verde turvo do amplo rio
os circunflexos brancos das gaivotas…
por sobre a alma o adejar inútil
do que não foi, nem pode ser, e é tudo. 

dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

 

 

 

 

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publicado às 19:13

E aquilo a que assisto sou eu.

por Maria Rita, em 09.06.14

 

 

 

 

 

 

 

 

 Tudo se me evapora. A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade tudo se me evapora. Continuamente sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espectáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu. 




 

 

 

 

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publicado às 10:34

Amo o haver tudo e a mim

por Maria Rita, em 05.06.14

 

 

 

Amo o que vejo porque deixarei
        Qualquer dia de o ver.
        Amo-o também porque é.
No plácido intervalo em que me sinto,
        Do amar, mais que ser,
        Amo o haver tudo e a mim.
Melhor me não dariam, se voltassem,
        Os primitivos deuses,
        Que também, nada sabem.

 

 

 

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publicado às 10:34

Há. Há sim!

por Maria Rita, em 30.05.14

 

 

 

há sem dúvida quem ame o infinito,
há sem dúvida quem deseje o impossível,
há sem dúvida quem não queira nada -
três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
porque eu amo infinitamente o finito
porque eu desejo impossivelmente o possível,
porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
ou até se não puder ser...

 

 

 

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publicado às 10:20

O que é que tem que ser devagar?

por Maria Rita, em 16.05.14

Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.

Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...

Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...

Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?

 

 

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publicado às 13:46

como um gato ou um cão

por Maria Rita, em 15.05.14

 

O homem vulgar, por mais dura que lhe seja a vida, tem ao menos a felicidade de a não pensar. Viver a vida decorrentemente, exteriormente, como um gato ou um cão - assim fazem os homens gerais, e assim se deve viver a vida para que possa contar a satisfação do gato e do cão. 


Pensar é destruir. O próprio processo do pensamento o indica para o mesmo pensamento, porque pensar é decompor. Se os homens soubessem meditar no mistério da vida, se soubessem sentir as mil complexidades que espiam a alma em cada pormenor da acção, não agiriam nunca, não viveriam até. Matar-se-iam assustados, como os que se suicidam para não ser guilhotinados no dia seguinte. 

 

 

 

 

 

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publicado às 10:15

Ninguém o sabe.

por Maria Rita, em 12.05.14

 

Estás só.

Ninguém o sabe.

Cala e finge.
      Mas finge sem fingires.
Nada esperes que em ti já não exista,
      Cada um consigo é tudo
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
      Sorte se a sorte é dada

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publicado às 11:10

Seja o que for, é o que tenho.

por Maria Rita, em 05.05.14

 

 

Deve chamar-se tristeza 
Isto que não sei que seja 
Que me inquieta sem surpresa 
Saudade que não deseja. 

Sim, tristeza - mas aquela 
Que nasce de conhecer 
Que ao longe está uma estrela 
E ao perto está não a ter. 

Seja o que for, é o que tenho. 
Tudo mais é tudo só. 
E eu deixo ir o pó que apanho 
De entre as mãos ricas de pó.

 

 

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publicado às 10:50

Sem falar, quando for hora de calar.

por Maria Rita, em 30.04.14

 

 

 

 

 

Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos. Nem tão longe e nem tão perto. Na medida mais precisa que eu puder. Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida Da maneira mais discreta que eu souber. Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar. Sem forçar a tua vontade. Sem falar, quando for hora de calar. E sem calar, quando for hora de falar. Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz. É bonito ser amigo, mas confesso, é tão difícil aprender! E por isso eu te suplico paciência. Vou encher este teu rosto de lembranças Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias.

 

 

 

 

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publicado às 11:35



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