a música é assim: pergunta, insiste na demorada interrogação sobre o amor?, o mundo?, a vida?
não sabemos, e nunca o saberemos.
como se nada dissesse vai afinal dizendo tudo.
assim: fluindo, ardendo até ser fulguração
por fim o branco silêncio do deserto.
antes porém, como sílaba trémula, volta a romper, ferir, acariciar a mais longínqua das estrelas.