Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Com a ingenuidade própria da meninice a que apetece afagar as bochechas e dar as mãos em passeios de final de tarde na praia onde ainda se fazem castelos na areia e se brinca ao toca e foge. Com a ingenuidade própria da meninice e a força de gente pequena, sobra a vontade que lhe rebenta os olhos na ânsia mais querer, abraçar, dar. Agora, quando tudo lhe tiram e já sem ingenuidade própria da meninice, os sonhos dormem por aí algures noutros lugares por onde não passou, que desconhece a existência e imagina reais. Com a ingenuidade própria da meninice que perdeu, procura vestígios que ainda ontem anunciavam o desejo de eternos serem. Em vão. Sem e despojada da ingenuidade própria da meninice conhece o aconchego desassossegante das estradas a percorrer de cor. Em vão. Resta-lhe o som que a embala da impreterível, invariável e incessante vontade imbuída de alcançar a satisfatória e hilariante eternidade.