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e ele diz: tens uma nódoa negra no ombro. e toca com o dedo na nódoa negra. e eu espero. e ele respira na espera, respira na espera, respira a espera. e, depois, a sua mão pousa-me na cabeça e começa a mover-se, para baixo, pelas costas e pernas, até aos pés:
- és tão pequenina.
eu digo:
- sou anã,
ele repete:
- és tão pequenina,
a mão está parada no meu pé, que se aconchega nela, e parece segurá-lo.
Faltou o principal….
……não me grites a dor ao ouvido minucioso, não tenho paciência para tragédias degradadas. deus e o sexo são os meus únicos transtornos. uivo para deus a oração sempre interrompida, amo a mão do pedreiro, não amo o pedreiro, mas os seus dedos, precisos como uma lixa, no meu ombro, ou entre as minhas pernas, a sua voz a dizer: que pele macia, quase uma seda. o desejo é uma descrição. quando bebo o chá, deitada, ele escorre-me pelo queixo, para a camisa de dormir, e expande-se como desamor. a menina não tem maneiras…..