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não chamem logo as funerárias,
cortem-me as veias dos pulsos pra que me saibam bem morto,
medo? só que o sangue vibre ainda na garganta
e qualquer mão e meia me encha de terra a boca,
sei de quem se tenha erguido, de pura respiração, do fundo da madeira,
saibro, roupa, gotas de orvalho ou cera,
ornatos, espadanas, lágrimas,
últimas musicas,
não é como no escuro o trigo que ressuscita,
sei sim de quem despedaçou as tábuas e ficou entre caos e nada com o sangue alvoraçado nos braços e nas têmporas,
que se não pare nunca entre as matérias intransponíveis,
cortem-me cerce o sangue fresco,
que a terra me não coma vivo