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Gosto de ti porque és minha irmã da seita do sonho. Os que sonham a dormir sabem, de manhã, que isso era uma ilusão mas os que sonham de olhos abertos acreditam que o estofo do futuro será feito desse sonho. Por isso são tão inquietantes aos olhos dos que preferiram ficar por aí, convencidos de que a vida se vive nestes limites, e nem ousam tomar conhecimento daquilo que se pode arriscar para poder experimentar as suas margens. É o medo que faz com que o homem ame a sua imperfeição. A verdade é que as pessoas não desgostam da sua imperfeição...
Hoje, já não posso ouvir falar em dialéctica, em competição, em vencer na vida, porque acho que é com nomes desses que se tem tentado encobrir o projecto sempre adiado de descobrir como saber usar a nossa liberdade e, com ela, implantar no mundo o lugar do homem. Eu hoje pergunto-me é se o nosso cérebro não estará a ser informado por um programa errado, oposto à nossa natureza, à matriz primordial do ser humano. Digo mesmo que me é difícil ver com clareza outro caminho embora saiba que a história é uma vaga que avança sem escrúpulos, a escrever o seu roteiro com aquilo que cada um tem de pior, indiferente aos poucos que procuram, nas suas margens, outras águas e outras linguagens. Isto e só ainda um princípio de descoberta mas de que não posso abdicar. De certo modo, é a minha proposta de partilha na aventura da vida.