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Pela primeira vez nesta viagem sinto-me frágil e emocionalmente irrequieto, sinto-me desanimado. Não é cansaço nem desgaste, é desejo a mais. É a ânsia pela eventualidade de não estar a aproveitar ao máximo as possibilidades que a estrada e a vida me põem pela frente. Há demasiada beleza, história, arqueologia, demasiada vitalidade, música, livros, paisagens, gente, há demasiado, nesta América Latina, para uma existência tão curta e uma viagem tão apressada. Atacam-me os mesmos distúrbios que Stendhal descreveu e sofreu na sua viagem a Florença, as mesmas vertigens, a mesma taquicardia, os mesmos nervos. Enfim, tanto para ver em tão pouco tempo. A medicina do turismo chama a esta patologia ‘síndroma de Stendhal’. Estou diagnosticado.