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...umas vezes às voltas, outras em linha recta, passando perto de abismos, de outros mundos, espreitando janelas fechadas, ouvindo o ladrar dos cães e ver caravanas a passar...vai ouvindo...vai ficando...vou andando. O abismo traz(-me) a estabilidade...é por saber que ele lá está que me consigo manter por cá, deste lado na segurança insegura da vida...com a segurança e despreendimento que basta um espirro ou um estouro...é...o abismo ali ao lado. E é pela e na imprevisibilidade, com percepções, em limbos e proximidades distantes, por vontades e curiosidades (in)satisfeitas, através de jogos de resiliência e assistência, em mundos paralelos (de)mais (des)construídos...que passa a vida. As coisas são, eu fui, sou e serei...com ou sem coisas simples ou complexas, abstratas ou definidas, com sentidos mais ou menos (in)satisfeitos que se apuram num desassossego, numa velocidade vertiginosa, lá perto do abismo. Os sentidos deambulam com a imaginação. É isto que conta...se fosse diferente, não seria eu...a esticar, a viver, sem porquês, comos, mas ou então. Com tudo explicado e transparente seria aborrecido, monótono, simplista até, sem conteúdo, sem vida...esta vida mais ou menos clara...em que me sirvo de ausências de resposta, de sorrisos, de catálogos, partilhas, trocas, de tudo e de nada…do que é dado e sentido, de gostar. De gostar…porque gostar é simples, gostar é apenas e só, gostar é também isto sem intenção de ser qualquer outra coisa, gostar é bom e basta... A Vida, Maria Rita, a Vida...dava tardes de conversa, noites de paradódia para os optimistas ou de insónias para os mais sensíveis...a vida de cada um tem sempre caminhos cruzados, a minha tem... vários até...paralelos, perpendiculares, circulares de partir de onde cheguei e voltar vezes sem conta...a gosto muitas vezes ou contra-gosto por suposto algumas também. É de dar e receber que me vivo, a vida que tenho como minha, como única, como simples. A vida (de) Maria Rita...vive-se, tem-se sem ilusões, quase sem coração e com muito pé no chão... choques frontais? Também…uma vezes embate por distração outras por intenção. Outras há em que faz desvio e contorna...(não) há regras (in)contornáveis. Quem anda no limbo...também cai e vou andando com o que me chega, o que me basta...chega o que é me suficiente, no limbo. No limbo, tudo chega e nada é suficiente...quando pouco ou muito se quer (reter) da vida. No limbo, bolas de sabão, arco-iris...são vida. Na vida...nada trocava.