Nestas alturas fico sem saber bem quem sou... tão habituado a ser, surpreende-me a surpresa de algo belo... de algo tão belo como esta música... esta música soa a uma vida... e as vidas, as vidas assim aparentemente intensamente vividas, as vidas que conscientemente têm a perfeita consciência que foram vividas... essas, assim numa música, num poema, num livro, ou mesmo contada à mesa dum café, ou confessada mais baixo ao ouvido, ou até lida numa lápide... vidas assim abalroam-me os sentidos... fragilizam-me e fortificam-me... e passa-me pela consciência a minha... assim como um vislumbre... uma sombra... uma silhueta para lá da porta semiaberta....
Intensidade de vida, d'esta vivida com intensidade e intensamente, d'esta que deixa história na gente, da que se partilha, da que se guarda em segredo, d'esta vida onde os silêncios são respeitados, onde há braços que envolvem, onde lágrimas correm, onde os sorrisos são retribuídos. Curta ou longa...que se viva assim, com tanto para lá de muito intensamente. "who the hell can see forever?"